Natal – 40% dos consumidores pretendem gastar menos; média é de R$ 109,81. Estimativa foi feita pelo SPC Brasil e CNDL.
O gasto médio com presentes de Natal neste ano deve cair 5,3% em relação ao ano passado. A estimativa é baseada em pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais.
De acordo com o levantamento, o brasileiro vai desembolsar R$ 109,81 com cada presente. O valor representa uma queda real, já descontada a inflação acumulada do período – de 5,34% na comparação com o ano passado.
Em 2014, o gasto médio por presente havia sido de R$ 125,22 e, em 2015, de R$106,94.
Natal
O gasto deve ser menor entre consumidores das classes C e as mulheres. A estimativa de gasto médio dos dois segmentos deve ser, respectivamente, de R$ 101,42 e R$ 84,65.
Também diminuiu o número de consumidores que pretendem presentear alguém neste Natal. Segundo o levantamento, 107,6 milhões de brasileiros devem comprar presentes. No ano passado, estima-se que 109,3 milhões de pessoas realizaram pelo menos uma compra.
Menos presentes no carrinho
Ainda segundo a pesquisa, três em cada dez consumidores (28,7%) pretendem comprar menos presentes neste ano. Em 2015, os que declararam a intenção de ser mais contidos somaram 22,8%.
Apenas 18,8% disseram que devem aumentar os gastos com presentes. Todavia, 26,4% culpam o aumento dos preços como motivo para o desembolso maior. Outros 19% apontaram como motivo ter mais pessoas para presentear neste ano. Menos de 15% disseram que pretendem comprar presentes melhores ou mais caros desta vez.
Dentre os entrevistados pelo SPC Brasil e CNDL, apenas 7,4% disseram que não vão presentear terceiros. Outros 20,4% ainda não se decidiram. Os indecisos correspondem a cerca de 30 milhões de potenciais compradores.
Culpa da crise
Neste ano, quase dobrou o número de consumidores que vão gastar menos com presentes porque precisam economizar. Em 2015 eles somavam 12,2% da amostra, enquanto neste ano representam 25,4% dos entrevistados.
O desemprego aparece em segundo lugar, com 13,9% das citações, como motivo para a contenção de gastos. Em seguida, aparece a quitação de débitos prioritários (12,1%), dificuldades financeiras (11,7%), aumento da inflação e a economia instável (11,6%) e endividamento (11,2%).
Dentre os 7,4% dos consumidores que não irão presentear alguém neste Natal, 23,3% apontou que precisa priorizar o pagamento de dívidas.
Outros obstáculos à compra relacionados com a crise financeira estão o desemprego (13%) e a falta de dinheiro (12,4%).
Fugindo dos juros
A maior parte dos entrevistados (56,9%) pretendem pagar suas compras de Natal à vista. No ano passado, esta parcela representou 42,3% da amostra. Segundo o SPC Brasil e a CNDL, este aumente se deve ao cenário de juros elevados e crédito mais restrito.
Apesar disso, quatro em cada dez entrevistados (39,4%) disseram que vão optar pelo pagamento com cartão de crédito. Destes, a maior parte (28,2%) pretende parcelar a compra, contra 11,2% que vai optar por parcela única.
Ainda segundo a pesquisa, em médias, as compras parceladas são divididas em cinco vezes. Com isso, a quitação integral se dará entre abril e maio, o que corresponde com o Dia das Mães.
Amostra da pesquisa
Para o levantamento, as entrevistas foram divididas em duas partes. Primeiro, foram ouvidos 1.632 consumidores nas 27 capitais para identificar o percentual de quem pretendia ir às compras no Natal.
Em seguida, a partir de 600 entrevistas, foi avaliado em detalhes o comportamento de consumo no Natal. Segundo o SPC Brasil e a CNDL, a margem de erro é de no máximo 2,4 e 4,0 p.p, respectivamente, e a margem de confiança de 95%.
Via g1.globo.com