Os profissionais bem-sucedidos que questionam o próprio sucesso

Eles são excepcionalmente capazes e extremamente ambiciosos, mas movidos por uma forte crença em sua própria inadequação.

“Parece uma necessidade constante de provar que você merece estar naquela posição. É uma angústia permanente. Antes de cada reunião que eu vou, penso… será que vou parecer um idiota, será que as pessoas vão olhar além da fachada e achar que não há nada que vale a pena atrás?

O desabafo é de Jeremy Newman. Até pouco tempo atrás, ele era o diretor executivo global da BDO, uma das maiores empresas de auditoria e consultoria do mundo. E, atualmente, é membro do conselho de importantes órgãos do governo e de uma série de outras instituições.

O fato é que ele é extremamente bem-sucedido profissionalmente, mas está dizendo que se preocupa internamente em não ser bom o suficiente.

Ele não está sozinho. Em 25 anos pesquisando liderança e empresas prestadoras de serviço (como escritórios de contabilidade e advocacia, consultorias e bancos de investimento), ouvi diversas pessoas brilhantes, bem-sucedidas e aparentemente confiantes se descreverem como inseguras.

São profissionais excepcionalmente capazes e extremamente ambiciosos, mas movidos por uma forte crença em sua própria inadequação.

Quando escrevi sobre o tema em meu último livro, Leading Professionals: Power, Politics e Prima Donnas (Lideranças Profissionais: Poder, Política e Prima Donnas, em tradução livre), tive um retorno fenomenal de pessoas de vários setores ao redor do mundo, dizendo que tinham se identificado com esse perfil de profissional.

Os indivíduos não nascem duvidando da sua capacidade, é algo que acontece no decorrer da vida – normalmente na infância ao passar por experiências de insegurança psicológica, financeira ou física.

Por exemplo, crianças que vivenciaram uma situação de pobreza súbita e inesperada podem acreditar que, quando adultas, nunca vão conseguir ganhar o suficiente para superar o medo de que isso aconteça novamente.

Outras crescem achando que só são percebidas e valorizadas pelos pais quando se destacam. E esse tipo de atitude pode continuar muito tempo depois de terem saído de casa, uma vez que internalizam essa insegurança como parte de sua identidade.

Não é de se admirar que pessoas com esse perfil tradicionalmente se candidatem a vagas em companhias de elite – o tipo que oferece os empregos mais procurados por profissionais com MBA em todo o mundo.

Essas empresas, na verdade, estão dizendo aos novos funcionários: “Somos os melhores no mercado e, como você trabalha para a gente, isso faz com que você seja o melhor também”.

 
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